Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
Denunciar crimes na Silveira para defender memória e património
As ameaças à Serra da Lousã, especialmente à Silveira, são várias e têm aumentado nos últimos tempos, designadamente ao nível ambiental e patrimonial.
Hoje, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, divulgo uma foto com poucos dias que fala por si e evidencia onde chegou a ganância e a falta de respeito pela memória coletiva, pela propriedade pública e privada, tanto na Silveira de Baixo como na de Cima.
Só que a Silveira de Baixo, essa, está há vários anos integrada na rede turística Aldeias do Xisto, mas descarada e ilegalmente guardada por alguns poderes públicos para um grupelho de intrusos esfaimados, como que a dar razão ao desfecho premonitório do filme “O Fim do Mundo” (1993), de João Mário Grilo, rodado na Serra da Lousã, em que os novos colonizadores, com dinheiro fresco a rodos vêm escorraçar à pedrada o derradeiro habitante de um dos lugares agropastoris!
Os antigos moradores das Silveiras, como de outras povoações vizinhas, não têm podido reinstalar-se – eles ou os seus descendentes – por falta de acessos condignos, luz, água canalizada e, acima de tudo segurança, o que abre caminho à lei do mais forte.
Alertada por silveirenses e outros cidadãos para diversos abusos, incluindo crimes ambientais e redobrados atos de vandalismo pela calada da noite, naquele conjunto de aldeias, representantes da Associação São Lourenço deslocaram-se ao Largo Armando Marques, onde se situa a capela, sede legal da instituição.
E o que viram à chegada?
Num dos carvalhos plantados há 76 anos na fraga, com suor e amor, por Adriano Miguel, falecido em Santos, no Brasil, está pregada a placa da foto, convidando automobilistas e camionistas a transformarem em parque de estacionamento o parque de merendas, em redor da capela, instalado para fruição comunitária.
Este conjunto patrimonial e ecológico, sobretudo a capela de São Lourenço (1947) e uma fonte construída pelo mordomo Armando Marques, o popular Carequinha, e que mereceu investimentos decisivos, ainda que simbólicos, da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia da Lousã e Vilarinho, está sob ataque.
A São Lourenço – Associação de Naturais e Amigos da Silveira de Cima, Silveira de Baixo, Salgueiro e Pé da Lomba exige aos autores que removam o dístico provocatório afixado com pregos de barrote numa árvores sagrada.
Às autoridades, desde logo à GNR e à Câmara da Lousã, pede-se vigilância apertada e intervenção urgente.
Pela direção da Associação de Naturais e Amigos da Silveira de Cima, Silveira de Baixo, Salgueiro e Pé da Lomba:
Data:18-04-2023
Por: Casimiro Simões
Fontes/Links
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