A “grande reforma da floresta” foi um rotundo fracasso
Direção da Acréscimo - Associação de Promoção
ao Investimento Florestal
24/06/2022
Opinião da Acréscimo sobre as Contas
Económicas da Silvicultura de 2020, divulgadas pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE).
No início de 2016, o governo presidido pelo
atual primeiro-ministro proclamava uma “grande reforma para a floresta”. Os
atuais número do Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre as Contas
Económicas da Silvicultura de 2020, evidenciam um rotundo fracasso
governamental. Nada que na altura não fosse previsto pela Acréscimo.
Disponibilizadas na presente semana, as Contas
Económicas da Silvicultura referentes a 2020 evidenciam o declínio da produção
silvícola nacional, o que induz consequências nas vertentes social e ambiental.
Por exemplo, ao nível dos incêndios.
Há que mencionar que, apesar da proclamada
importância atribuída ao setor florestal em Portugal, não se compreende que o
Instituto Nacional de Estatística demora ano e meio para disponibilizar dados
fundamentais para a avaliação das medidas de política setorial. Um paradoxo!
Como se observa no documento disponibilizado
pelo INE, no período 2016 a 2020 acentuou-se a queda do Valor Acrescentado
Bruto (VAB) da silvicultura, atingindo em percentagem do VAB nacional mínimos
de 2008 (0,4 %). Foi assim anulado o crescimento registado no período
2009/2015.
Causa especial preocupação a crescente
dependência dos espaços florestais em Portugal da produção de madeira para
trituração (onde se incluí a produção de celulose e de energia), com um registo
de quase 70% do total de produção lenhosa nacional. Esta produção está
estritamente ligada a plantações exploradas em curtas rotações, associadas à
prática de cortes rasos e à produção industrial de bens de ciclo curto de vida
(p.e., papel e pellets, briquetes e lenhas), ou seja, que rapidamente restituem
à atmosfera o carbono antes sequestrado pelo arvoredo.
A Acréscimo lamenta a ausência de políticas
que fomentem a silvicultura para a produção de madeira serrada, de maior valor
acrescentado, associada a mais emprego, com impacto em meios rurais (serrações,
carpintaria, mobiliário) e a menores impactos ambientais, seja pelo tipo de
práticas silvícolas, seja pela durabilidade dos bens produzidos.
Não se perspetivam mudanças de relevo com a
política florestal do atual Governo.
Fontes/Links:
ΦΦΦ
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário!