Criada Associação para Gestão da Paisagem na Serra da Lousã
Área florestal de 897,2 hectares inclui seis
aldeias serranas
Esta nova
entidade, promovida pela Câmara Municipal e registada oficialmente a 13 de
julho, será responsável pela gestão de uma área de 897,2 hectares que inclui as
aldeias do Candal, Casal Novo, Catarredor, Talasnal, Vaqueirinho e Chiqueiro.
O objetivo
principal “é a preservação do património natural da Serra da Lousã, numa zona
que não tem tido intervenção ao longo dos anos”, disse Ricardo Fernandes,
responsável pelo pelouro municipal da floresta. “Um processo longo, que se
prevê a 20 anos, para uma verdadeira transformação da paisagem, que não se faz
em dois ou três”, acrescentou.
A
iniciativa decorre do contrato programa assinado pela autarquia, em julho de 2021,
com o Fundo Ambiental, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e
a Direção-Geral
do
Território, prevendo financiamento da União Europeia através do Plano de Recuperação
e Resiliência.
“O
objetivo é que todos os proprietários adiram à AIGP”, segundo o vereador,
considerando que “desde a primeira hora se tem tentado integrar os interesses
de todas as aldeias, com maior dificuldade no caso do Chiqueiro”, por não
existir uma associação que represente os interesses da comunidade local.
A comissão
instaladora é formada por representantes das aldeias envolvidas e também da
Irmandade da Senhora da Piedade, um grupo que há mais de um ano trabalha com a
Câmara Municipal e optou por um modelo de gestão local, em alternativa a
delegar na Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. Além de promover
eleições para os órgãos sociais até novembro deste ano, prevê-se dinamizar
ações de divulgação junto dos proprietários em cada uma das aldeias e na vila,
“para que todos sejam ouvidos e esclarecidos”, informou Marco Correia, que
preside à comissão.
Pretende-se
“chegar a todos os proprietários e discutir os planos de gestão”, as chamadas
Operações Integradas de Gestão da Paisagem (OIGP), disse por sua vez, Manuela
Ferraz, engenheira florestal. “Queremos mobilizar até os que residam fora do
país e, em conjunto, decidirmos o que queremos para esse território que é
também Rede Natura e há regras a cumprir”.
É preciso
tratar do registo cadastral, no Balcão Único do Prédio (BUPi), que até agora
abrange apenas 14 prédios de “casais” dos lugares e 91 privados, estimando-se
que “até setembro de 2023, estejam identificados 80% dos proprietários”.
No
orçamento e plano de atividades aprovados, com uma abstenção, prevê- se tratar
do reconhecimento da Entidade Gestora Florestal por parte do ICNF, já em curso,
e posteriormente avançar com a elaboração e execução da “operação integrada”.
Silveira e Cerdeira noutra entidade
O processo
de criação desta organização começou em junho de 2020, com o chamado “Programa
de Transformação da Paisagem” anunciado pelo Governo, tendo a Associação do
Casal do Catarredor proposto à Câmara a criação de uma AIGP, que a autarquia
viria a alargar a outros casais da serra, segundo Marco Correia.
A área
aprovada não engloba todas as aldeias, “por falta de continuidade ao nível do
território, com áreas baldias que não podem ser incluídas na candidatura”, segundo
os critérios definidos, transmitiu por sua vez Ricardo Fernandes, em resposta a
Luísa Sales.
O vereador
informou estar a ser considerada a criação de uma nova AIGP, que inclua os
casais da Cerdeira e Silveira e os baldios da Alfocheira e de Vilarinho, estes
não sujeitos ao regime florestal.
A Comissão Instaladora
A Comissão
Instaladora é constituída por Maria de Fátima Vidal (Associação do Convívio e
Melhoramentos do Candal), Irmandade da Senhora da Piedade (representada por
Américo Caetano, Marcolino Simões e Egídio Baptista), Paulo Peralta (Associação
de Recuperação do Talasnal), Pedro Martins (Associação de Moradores e Proprietários
do Vaquerinho) e Marco Correia (Associação do Casal de Catarredor).
Fonte: Trevim (ed. 28 de julho de 2022)
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