Na senda de outros artigos de opinião já publicados sobre a água "a Água do nosso descontentamento..." e "Ainda sobre a questão da Água..." (veja as n/ mensagens no Blog da AMPV dd. 29 março 2022 e 22 maio 2022, respetivamente) aqui divulgamos aqui mais informação sobre este tema...
Link: https://maisliberdade.pt/maisfactos/agua-nao-facturada-em-portugal/
e, nomeadamente, sobre o seu desperdício...
Grande parte do desperdício de água ocorre antes de chegar ao
consumidor"? Sim, é verdade
"Como
mencionámos no passado, é o próprio Estado no sentido lato - aqui são mais as
autarquias - que falham na gestão e manutenção das condutas de água, originando
perdas evitáveis". O comentário tem por base um mapa divulgado pelo
"Instituto +Liberdade", a 19 de agosto, relativo à "água não
faturada em Portugal continental no armazenamento, elevação e distribuição de
água para consumo público", em percentagem, por município no ano de 2020.
"Com mais de metade do país em seca severa (55% do país), são inúmeros os municípios que têm tentado consciencializar os seus habitantes para a redução do consumo de água e são também vários os municípios que têm aplicado restrições ao uso de água, nomeadamente a proibição de rega de hortas, jardins e parques, bem como a lavagem de automóveis e passeios", salienta-se no texto de apresentação do mapa.
Apesar
de lembrar que "é também importante garantir que se desperdice o mínimo
possível do recurso durante a sua captação, tratamento, armazenamento e
distribuição", o Instituto destaca que, atualmente, "grande parte das
entidades gestoras de água nos municípios nacionais apresentam taxas muito
elevadas de água não faturada, que são originadas maioritariamente por desperdícios
avultados de água (as Câmaras Municipais são a entidade gestora na esmagadora
maioria dos concelhos portugueses)".
O
Polígrafo consultou o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em
Portugal (RASARP), referente a 2021, onde se verifica, desde logo, a
necessidade de "elaboração de um programa de redução de água não
faturada, por parte das entidades gestoras, que permita a redução ao longo do
tempo das perdas reais e aparentes, assim como do consumo de água autorizado
não faturado".
Esta
medida "aumentará a eficiência na prossecução do serviço e, desse
modo, uma maior disponibilidade financeira para a realização dos
investimentos necessários, novos e de reabilitação, a custos mais adequados
para o utilizador final do serviço, num cenário económico e operacionalmente
mais sustentável".
No
que à percentagem de água não faturada diz respeito, a Entidade Reguladora dos
Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) tem como principal objetivo "avaliar
o nível de perdas económicas correspondentes à água que, apesar de ser
captada, tratada, transportada, armazenada e distribuída, não chega a ser
faturada aos utilizadores".
Em
termos de classificações, se o município registar uma percentagem de água não
faturada entre 0 a 20%, então tem boa qualidade de serviço. Se esta percentagem
subir para o intervalo entre os 20 e os 30%, o município é avaliado com uma
qualidade de serviço mediana. Por fim, se a água não faturada ultrapassar os
30%, a qualidade do serviço é mesmo insatisfatória. Todas estas avaliações
dizem respeito ao serviço em baixa.
Em
números, olhando para os anexos do relatório, a verdade é que, no que respeita
ao ano de 2020, grande parte dos municípios tinha uma percentagem de água não
faturada superior a 30%: ao todo, 139 autarquias. Apenas 33 autarquias tinha
uma boa qualidade de serviço, 43 tinham um serviço mediano e 18 não
responderam.
Os
municípios com percentagens de água não faturada mais elevadas foram Vila Nova
de Cerveira (82,4%), Macedo de Cavaleiros (77%) e Estremoz (74,1%). Na outra
ponta da tabela, Tábua e Mangualde conseguem percentagens mínimas de 9,9%.
Salomé
Leal
28
ago 2022 19:30
Fonte:
ΦΦΦ
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário!