Na
Lousã, o futuro de casas de guardas-florestais e estações ferroviárias é o
turismo
Além das
casas nas freguesias da Lousã e Serpins, também as estações ferroviárias aqui
localizadas tiveram já direito ao lançamento de concursos para aproveitamento
turístico.
A
Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças (DGTF) e a Turismo Fundos assinaram um
protocolo para que cinco casas de guardas-florestais identificadas pela Câmara
da Lousã possam integrar o programa Revive Natureza. Quase ao mesmo
tempo foram também lançados os concursos públicos para o aproveitamento
turístico das estações ferroviárias da Lousã e de Serpins.
O
protocolo relativo às casas florestais permite passar as cinco propriedades
para o programa da Turismo Fundos. Este foi criado para requalificar património
edificado do Estado com propósitos turísticos, explicou a administradora
executiva daquela entidade, Rita Lavado, que falava aos jornalistas à margem da
cerimónia da abertura dos concursos.
As
casas de guardas-florestais que poderão vir a ser reaproveitadas são a
casa das Hortas, Porto Espinho, Estoirão, na freguesia de Lousã e Vilarinho, e
Braçal e Mata do Sobral, na freguesia de Serpins.
Segundo o
presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, os imóveis foram identificados e
sinalizados pelo município, referindo que algumas das casas estão em área
cogerida com baldios, sendo necessária uma negociação com as suas entidades
gestoras. No seu discurso, o autarca realçou a importância da integração dos
imóveis no Revive Natureza, acreditando que a sua transformação para fins
turísticos poderá ajudar a valorizar o turismo na Serra da Lousã.
Já a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, parabenizou a Câmara da Lousã pelo trabalho proactivo na identificação de “activos devolutos que possam ter especial atenção a partir do programa Revive Natureza”. “Precisamos de ser desassossegados. Apelo a que nos mostrem novos projectos, que nos incitem a ser mais criativos. Estaremos cá para responder”, vincou a membro do Governo.
Estações
da Lousã e Serpins, turismo sobre carris
Já quanto
às estações ferroviárias da Lousã e de Serpins, os direitos de exploração serão
atribuídas por 25 anos.
As
estações serviam o ramal da Lousã, desactivado há mais de dez anos na sequência
do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) que deverá entrar em funcionamento
apenas em 2024.
De acordo
com a Turismo Fundos, a estação da Lousã terá um preço mínimo de cerca de dez
mil euros anuais e a de Serpins de cerca de quatro mil euros.
Cada uma
das estações tem pouco mais de 300 metros quadrados, estando as candidaturas
abertas até 5 de Janeiro de 2023, referiu o presidente daquela entidade, Pedro
Moreira.
O uso dos
espaços terá de ser para “fins turísticos ou actividades conexas” e são
majoradas propostas de empresas com sede na Lousã ou em concelhos vizinhos,
aclarou.
De acordo
com o presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, a cedência foi concertada
com a Metro Mondego, que definiu as áreas necessárias para a sua operação junto
àquelas duas estações, no âmbito do SMM.
“Entendemos
que este caminho como valorização do património, reforço da identidade do
concelho e do seu posicionamento turístico contribui para honrar a nossa história
e promover o desenvolvimento do concelho”, realçou, destacando a possibilidade
de se dar “um novo uso a estes dois espaços com história”.
As duas
estações “desempenharam um papel muito importante no ramal da Lousã e, agora,
irão continuar a ser pontos de chegada, de partida e indutores de
desenvolvimento”, realçou.
O
presidente da IP [Infraestruturas de Portugal] Património, Carlos Fernandes,
referiu que existem 2.600 quilómetros de ferrovia no país, estando 1.000
quilómetros desactivados. Desses 1.000, cerca de 70% já estão
subconcessionados, nomeadamente através da sua transformação em ciclovias, notou.
Actualmente,
referiu, há concurso para atribuição de direitos de exploração em dez estações
ferroviárias.
Data: 09-09-2022
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