20 de outubro de 2023

Ambientalistas criticam cortes de árvores na Serra da Lousã



Sete associações ambientalistas criticaram hoje, num comunicado conjunto, os cortes rasos de árvores feitos na Serra da Lousã, considerando que são “reveladores de problemas crónicos de conservação da natureza” no país.


A nota de imprensa é assinada pela WWF/ANP – World Wide Fund for Nature e Associação Natureza Portugal, Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS), Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e Associação Sistema Terrestre Sustentável (Zero).


Para as associações, que se denominam de “Coligação C7”, entre os problemas que se verificam estão os “vazios na regulamentação, atraso na elaboração e publicação dos planos de gestão obrigatórios para as áreas da Rede Natura 2000, constantes e impunes agressões à cada vez mais marginalizada Reserva Ecológica Nacional [REN] e a reduzida fiscalização no terreno em matéria ambiental”.


No documento, as associações apelam ao ministro do Ambiente e da Ação Climática para que se façam cumprir “as interdições de usos e as ações, de iniciativa pública ou privada, que sejam efetivamente incompatíveis com os objetivos de proteção ecológica e ambiental, e de prevenção e redução de riscos naturais de áreas integradas em REN, em defesa desta rede ecológica”


Os signatários pedem ainda ao Governo que “encete melhores esforços pela conclusão do processo de elaboração e aprovação dos planos de gestão das ZEC [zonas especiais de conservação] da Rede Natura 2000 e promova a sua efetiva aplicação no terreno”.


O reforço da presença do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) em todas as áreas integradas no Sistema Nacional de Áreas Classificadas, a criação de mecanismos para a implementação de programas a longo prazo “para controlar espécies exóticas invasoras” e a alteração da regulamentação legal para a execução “de cortes de arvoredo maduro de um modo geral e das espécies autóctones em particular” são outras das propostas defendidas pela coligação.


No início de outubro, a Câmara da Lousã apresentou queixa-crime no Ministério Público contra uma empresa de exploração de madeira por corte ilegal de árvores municipais na aldeia da Silveira, em plena Serra da Lousã, numa zona da Rede Natura 2000.


“Têm vindo a efetuar cortes rasos em áreas muito grandes na zona da Rede Natura 2000, que têm efeitos muito nocivos”, alertou na altura, um vereador do município.

Por Green Savers com Lusa 14:25 - 20 Outubro 2023



Fontes/Links:

https://www.lpn.pt/pt/noticias/cortes-rasos-de-arvores-na-serra-da-lousa-sao-reveladores-de-problemas-cronicos-na-conservacao-da-natureza-do-pais

https://greensavers.sapo.pt/sete-associacoes-ambientalistas-criticam-cortes-de-arvores-na-serra-da-lousa/

https://www.wilder.pt/historias/lancado-alerta-para-cortes-rasos-de-arvores-na-serra-da-lousa/

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16 de outubro de 2023

ainda o corte de árvores na Serra da Lousã



Persistem as notícias nos media e redes sociais sobre os cortes rasos na Serra da Lousã, nas imediações das Aldeias das Silveiras, e temos agora imagens panorâmicas no YouTube, para poder visualizar as dimensões dos cortes rasos que vêm sendo efetuados já desde 2021.


Cortes de Árvores na Serra da Lousã:

https://www.youtube.com/watch?v=JvyM6p-xMCU


Serra da Lousã a saque:

https://www.youtube.com/watch?v=01z80ztyEN0


no Portal Institucional do Município não encontramos mais referências sobre o assunto, para além da Tomada de Posição da Câmara de 9 de novembro de 2021:

https://cm-lousa.pt/corte-arvores-na-serra-da-lousa-tomada-posicao/


no entanto, a notícia divulgada pelo jornal Público dá nota de mais detalhes sobre o tema:

https://www.publico.pt/2023/10/13/azul/noticia/camara-queixase-corte-ilegal-arvores-serra-lousa-abate-dura-ha-15-dias-2066594


O jornal Expresso já tinha divulgado um artigo sobre o corte de árvores na Serra da Lousã referindo que mesmo deu origem a uma queixa-crime no Ministério Público:

https://expresso.pt/sustentabilidade/ambiente/2023-10-10-Isto-parece-a-Amazonia-nao-parece-Portugal-corte-de-arvores-na-Serra-da-Lousa-gera-queixa-crime-no-Ministerio-Publico-6fd2b5b9


No Facebook dá-se conta de mais intervenções dos madeireiros, desta vez nas Aldeias do Franco:

https://www.facebook.com/silveiratech/videos/699798058699333

https://www.facebook.com/silveiratech/videos/1424957101401105


AQUI

e

AQUI

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15 de outubro de 2023

15 de outubro 2017

 Os incêndios de 15 de outubro de 2017

Faz hoje 6 anos...



Passados 2 anos (em 28 fevereiro 2019) era divulgado o Relatório “Análise dos Incêndios Florestais ocorridos a 15 de outubro de 2017”


a revista Observador referia que:

Muitos dos incêndios ocorridos a 15 de outubro de 2017 tiveram origem em queimas e queimadas intencionais e o início do fogo da Lousã estará associado a uma linha elétrica gerida pela EDP, segundo o mesmo relatório, acima mencionado.


e o Diário de Notícias divulgava as

Cinco grandes lições a tirar dos trágicos incêndios de outubro de 2017


Não cortar despesas quando se trata da segurança da população em risco; ensinar os operacionais a usar os sistemas de comunicações; não evacuar aldeias por tudo e por nada; pressionar a EDP, a REN e outras entidades de infraestruturas públicas; preparar as comunidades.


Lição 1: não cortar na segurança

O documento sustenta que "uma preocupação com a contenção de despesas terá levado a reduzir o dispositivo operacional, sem prestar a devida atenção ao risco extremo de incêndio que estava previsto", o que foi agravado por uma "definição rígida de períodos de risco de incêndio baseadas em datas do calendário, como acontecia em outubro de 2017, sem tomar em conta as alterações sazonais da meteorologia".

Lição 2: operacionais não sabem usar telefones de emergência

As entidades operacionais "nem sempre fazem" o melhor uso do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), da Rede Operacional de Bombeiros (ROB) e da Rede Estratégica de Proteção Civil (REPC), o que limita as vantagens da utilização deste sistema, conclui o relatório.

Lição 3: atenção às evacuações excessivas

"A prática, que tem sido implementada pelas autoridades, de ordenar evacuações maciças de aldeias e lugares ameaçados, embora possa ser justificável numa perspetiva de salvaguarda de vidas, pode ser errada se não estiver bem planeada e não for executada com muita antecedência", considera o Centro de Estudos.

Lição 4: queimadas e avisos às entidades gestoras de infraestruturas

"Consideramos que alguns dos incêndios foram causados por reativações de focos de incêndio preexistentes e que não haviam sido devidamente vigiados durante o dia 15. Houve, no entanto, muitas ignições resultantes de queimas e queimadas causadas por pessoas que as realizaram pela necessidade de eliminar vegetação ou resíduos de atividades agrícolas, na convicção de que haveria de ocorrer chuva, como fora anunciado, o que de facto ocorreu, mas apenas no final do dia 16", indica o documento encomendado pelo governo.

O relatório adianta que desta situação resultaram sete complexos principais de incêndios, produzidos por uma ou mais ignições, que se propagaram de forma contínua, principalmente no dia 15 e parte do dia 16 outubro, tendo cinco destes fogos causado, no seu conjunto, 51 vítimas mortais, sendo certo que todos "produziram uma devastação ambiental e patrimonial como nunca se havia visto em Portugal".

Lição 5: preparar as comunidades

O relatório aplaude o "programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras, que o governo lançou, assim como as medidas de gestão de combustível em torno das casas, mas reconhece-se que há um trabalho muito amplo a realizar para tornar as comunidades mais resilientes e aptas para se defender dos efeitos do fogo, mesmo sem o apoio de entidades operacionais".

O documento ​​​​​​​sublinha que "as fatalidades registadas entre a população civil evidenciam a necessidade de se criar mais e melhor prevenção de incêndios, mais e melhores programas de sensibilização e de apoio à população, com vista a melhorar a sua segurança.

Como exemplo, a equipa do investigador Xavier Viegas indica que o facto de terem morrido menos pessoas em fuga ou fora de casa nos incêndios de 15 de outubro de 2017 "deveu-se certamente à perceção", por parte da população, da mensagem reforçada após o fogo de Pedrógão Grande "de que não se deve sair de casa à última hora e com o fogo por perto".

"Nestes casos, com respeito pelas indicações das autoridades, é preferível permanecer em casa e procurar defendê-la desde que em segurança. É igualmente importante identificar antecipadamente, em cada aldeia ou lugar, locais ou casas seguras, que possam servir de refúgio ou abrigo, para moradores ou visitantes, em caso de incêndio", frisa.




Aceda aqui ao Relatório aqui 


Fontes/Links:

https://observador.pt/2019/02/28/fogos-de-outubro-de-2017-mais-de-um-terco-das-vitimas-morreu-em-casa/

https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendio-na-lousa-alastrou-aos-concelhos-vizinhos_v1033870

https://www.dn.pt/pais/relatorio-cinco-grandes-licoes-a-tirar-dos-tragicos-incendios-de-outubro-de-2017-10631088.html


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