A aldeia de Travessas e os aspersores de água
A aldeia
de Travessas, na freguesia de Celavisa, no concelho de Arganil, está protegida
dos fogos florestais, ao longo de uma faixa de 160 metros, por uma rede de
grandes aspersores de água que cobrem as zonas
periféricas mais expostas desta aldeia.
O sistema
já está em funcionamento há dois anos e meio, mas foi revisitado hoje de manhã
pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Na
prática, o sistema em redor da aldeia de Travessas baseia-se numa linha de
aspersores de água que podem ser acionados numa situação de incêndio
proveniente do exterior e que ameace a povoação.
Trata-se
de um projeto pioneiro desenvolvido pela parceria da Associação para o
Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), com o Instituto de Sistemas e
Robótica (ISR), no âmbito do “FireProtect- Sistemas de Proteção de Pessoas e
Elementos Críticos Expostos a Incêndios Florestais”, que é coordenado pelo
docente e especialista Domingos Xavier Viegas.
É
cofinanciado pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional através do
Programa Operacional do Centro.
Instalada
naquela pequena aldeia com o apoio da Câmara Municipal de Arganil e da Junta de
Freguesia de Celavisa, a linha de aspersores foi “repartida em quatro módulos
de aspersão independentes” para demonstrar “possibilidades de autoproteção das
comunidades expostas ao risco de incêndio”.
“População envelhecida”
“Com uma
população envelhecida e uma rede de acessos deficitários, Travessas poderá
ver-se confrontada com uma situação em que o socorro por meios externos de protecção
civil seja difícil ou mesmo impossível, como já sucedeu no passado”, refere a
equipa de investigadores.
Assim, “é
fundamental que esta povoação, tal como muitas outras, tenha sistemas de
autoprotecção como este, que funcionem de forma semi-autónoma”, apelam os
investigadores da ADAI, mas concluindo que “apenas apoia o combate ao incêndio,
diminuindo a intensidade do fogo ou extinguindo parcialmente a frente de
chamas”, razão pela qual as áreas “cobertas pela linha de aspersores devem
continuar a ser sujeitas a acções de gestão de combustíveis, tal como
especificado na legislação em vigor”.
Sources/Links:
ΦΦΦ
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