19 de maio de 2025

Kengo Kuma

 


O nosso anterior post, aqui no Blog, intitulado «Recuperar 3 aldeias abandonadas na Serra da Lousã» fez referência ao arquiteto japonês Kengo Kuma, que está a trabalhar num projeto de turismo da empresa Silveira Tech para recuperar três aldeias abandonadas na serra da Lousã e ali instalar empreendimentos turísticos.

A referência a este projeto é sinalizada também no Jornal Expresso, no artigo do jornalista  Valdemar Cruz, datado de 13 de maio: 


O arquiteto japonês Kengo Kuma, responsável pela intervenção no edifício do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbnenkian, está a trabalhar num projeto de recuperação de três aldeias abandonadas na serra da Lousã, onde pretende criar um novo estilo de vida num ambiente tradicional 



O mítico regresso à natureza, em busca de uma idílica comunhão com o viver natural (...)

Esse desejo intemporal está em vias de começar a concretizar-se em Silveira de Baixo, Silveira de Cima e Pé da Lomba, três aldeias abandonadas da serra da Lousã. 


O arquiteto japonês Kengo Kuma, já responsável em Portugal pela intervenção no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (...) está a desenvolver a intervenção na Silveira de Baixo, uma aldeia abandonada há seis décadas, basicamente uma ruína, encaixada num vale da serra. 

A convite da “Silveira Tech”, cujos responsáveis estão associados ao renascer de Cerdeira, uma aldeia de xisto na mesma zona, hoje com alojamentos turísticos e uma escola de artes e ofícios, Kengo Kuma, como disse ao Expresso, está a incrementar um projeto cuja base passará por “tentar criar ali um novo estilo de vida num ambiente tradicional”.

Assim, prossegue o arquiteto japonês, “a nossa intervenção assenta em recuperar as aldeias, usando os mesmos materiais, a mesma escala e não interferir na harmonia do ambiente. Os edifícios manterão o seu espeto tradicional, mas pretendemos acrescentar-lhes novas funções”.

Kengo defende a existência de um grande potencial “para um novo estilo de vida” nas áreas onde vai atuar. “Se conseguirmos conectar todas estas áreas com internet e novas tecnologias, conseguimos dar nova vida estes locais”, onde acrescenta, “é muito importante manter a beleza da paisagem e evitar construir grandes edifícios, que podem destruir a beleza destes lugares”.

(...)

Há um problema, reconhecido por todos, dos promotores ao arquiteto: os incêndios. Há um histórico bem negro de grandes fogos florestais na serra da Lousã, uma área muito vulnerável àquele tipo de calamidades. Como se percebeu com as grandes deflagrações das décadas de 1980 e 1990, ou até com os trágicos acontecimentos de Pedrógão Grande, no verão de 2017, são diversos os fatores a contribuírem para esse desassossego. Passam desde logo pelo abandono rural, com acumulação de matéria combustível, agravam-se com uma vegetação densa e muito inflamável (eucaliptos e pinheiros), terrenos acidentados e verões cada vez mais quentes e secos.

(...)


José Serra, autor da ideia em desenvolvimento na serra da Lousã, com grande experiência nas áreas tecnológicas e cofundador da “Silveira Tech”, um projeto cuja finalidade é regenerar 97 hectares de terreno no coração da Serra da Lousã (230 hectares a mais longo prazo), e recuperar as três aldeias históricas abandonadas desde o início dos anos 1970, assume serem os incêndios o maior risco. Estão em curso planos de regeneração “de modo a tornar a floresta mais resiliente ao fogo”. Para isso, diz, trabalham em processos de retenção da água numa serra da Lousã muito chuvosa. Vai ser criada uma represa de mil metros cúbicos. Na perspetiva de José Serra “isso permitirá criar mais verdura, o que será acompanhado de recuperação dos solos, fertilização dos terrenos, e utilização de árvores como o cipreste, que não arde com facilidade”.

Uma questão sempre colocada é a de saber quem serão os potenciais utilizadores destas aldeias. Segundo José Serra, empreendedores, nómadas digitais, cientistas e investigadores poderão interessar-se por estadias longas junto do centro de inovação e criatividade. 

A Silveira de Baixo comportará um empreendimento turístico desenhado por Kengo Kuma. O aldeamento, diz o promotor, será equipado com 25 unidades de alojamento e um hotel rural de três estrelas com 24 quartos.

ASilveira de Cima terá um empreendimento de turismo de aldeia com cinco casas de campo e um conjunto de infraestruturas direcionadas para quem tenha interesse em aprofundar a aprendizagem experimental de regeneração da natureza. Ali os hóspedes poderão aprender técnicas de agroflorestal e permacultura, cuidar dos viveiros de árvores, estufas e hortas, bem como envolverem-se em projetos de investigação e desenvolvimento.

 A aldeia de Pé da Lomba transformar-se-á num Centro de Desenvolvimento Pessoal com duas casas de campo.


Aqui deixámos nota da informação mais relevante da peça jornalística em apreço, mas não deixe de aceder ao seu texto integral aqui.



Fontes/Links:

https://expresso.pt/cultura/2025-05-13-depois-do-cam-kengo-kuma-recupera-aldeias-na-lousa-pode-ser-um-novo-espaco-de-trabalho-para-jovens-que-queiram-viver-na-natureza-d5398952

https://expresso.pt/boa-cama-boa-mesa/2025-05-25-recantos-imperdiveis-para-explorar-na-serra-da-lousa-799a7c62

Outros Links:

https://www.silveiratech.pt/post/designing-the-future-with-kengo-kuma

https://vaqueirinhoampv.blogspot.com/p/projecto-de-turismo-sustentavel-na-zona.html

ΦΦΦ

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