Hoje, 21 de junho, assinala-se o Solstício de Verão!
Aldeia Serrana do Vaqueirinho, Serra da Lousã - Blog de divulgação da aldeia de xisto do Vaqueirinho (by AMPV Associação de Moradores e Proprietários do Vaqueirinho)
Fonte:
http://portantiqua.com/em-redor/aldeias-do-xisto/
***
Recordamos aqui a reportagem feita pela RTP em 2007...
... que permanece atual, apesar dos 15 anos volvidos e que continua a ser uma vulnerabilidade relevante para este Território.
Pequenas
povoações com casas revestidas a xisto, perderam quase todos os seus habitantes
na segunda metade do século XX. Os que resistiram, atravessaram em solidão os
dias na montanha. O tempo parou. Até outros chegarem e redescobrirem a vida no
interior.
Estamos no interior da região centro do país,
em território serrano, onde a paisagem das encostas é salpicada por manchas de
casarios erguidos em xisto, verdadeiros monumentos de uma arquitetura popular
ancestral. Só na serra da Lousã contam-se 12 povoações, algumas construídas em
socalcos, reservando a escassa planura dos solos à agricultura.
Por aqui, como em tantas outras aldeias do
país, a vida era áspera e limitada à imperiosa necessidade da subsistência. O
que se tirava da terra vendia-se também nas feiras, mas não bastava para matar
frio e fome. Na década de setenta, os habitantes que chegaram a ser às
centenas, começaram a sonhar a possibilidade de outros confortos, para eles e
para os filhos. Aos poucos foram partindo, uns para o estrangeiro, outros
migraram para terras do litoral, onde o trabalho tem salário, onde há escolas,
hospitais, onde existe um futuro diferente. As aldeias esvaziaram-se de gentes,
ficaram as casas à espera de ser ruína.
Anos passaram e mais foram passando, a solidão
tomou conta dos lugares, como a tia Helena, nascida e criada no Talasnal,
recorda na reportagem da RTP. Até que os antigos caminhos voltaram a ser
trilhados por quem os soube ver e valorizar.
Num decidido combate à desertificação, nasceu
no ano 2000 um plano financiado pela União Europeia para requalificar este
património histórico e cultural. Recuperaram-se casas, preservando o traçado
original, renovaram-se artes e ofícios tradicionais como a tecelagem,
fizeram-se hortas biológicas. As aldeias renasceram com o turismo mas também
com portugueses e estrangeiros cansados da confusão das cidades e que ali
decidiram viver o ano inteiro. Como a alemã Kerstin Thomas, residente da
Cerdeira há mais de 25 anos, a artista plástica responsável pela iniciativa
anual de arte contemporânea “Elementos à Solta”, encontrou ali uma terra
genuína, ideal para criar dois filhos.
São estas novas gentes que aquecem a terra da
tia Helena, com cheiros a lenha e a pão a sair das chaminés das casas
habitadas. É tempo de visitarmos duas destas aldeias do xisto, património
cultural e arquitetónico, lugares com memória e tradição que sublinham e
projetam a identidade portuguesa.
Link:
https://ensina.rtp.pt/artigo/aldeias-do-xisto-combater-a-desertificacao-na-serra-da-lousa/
FICHA TÉCNICA
TÍTULO: Em Reportagem - " O Regresso à
Serra"
TIPOLOGIA: Reportagem
AUTORIA: Jorge Almeida
PRODUÇÃO: RTP
ANO: 2007
Fonte:
***
Hoje:
A Super Lua de Morango
É já esta noite que vai poder observar mais um
espetáculo no céu: uma Super Lua. O fenómeno vai
ocorrer às 23:22 horas, momento em que a Lua estará a 357.432,471 km da Terra,
o que fará com que pareça maior e mais brilhante. Por norma estes encontram-se
a uma distância média de 384.400 km.
Como explica o Observatório Astronómico de
Lisboa, é possível ver uma Super Lua “sempre que o instante de Lua Cheia ocorre
quando a Lua está a uma distância da Terra inferior a 110% do Perigeu da sua
órbita. Em termos temporais, isto significa que a diferença entre os instantes
de Lua Cheia e do Perigeu é menor do que 1 dia e 8 horas”. O Perigeu é o ponto
da órbita da Lua em que esta se encontra mais próxima da Terra. A sua distância
vai variando a cada mês lunar.
Fonte:
https://greensavers.sapo.pt/hoje-a-noite-nao-se-esqueca-de-olhar-para-o-ceu-ha-uma-super-lua/
June's strawberry Supermoon will light up the sky today
the term supermoon
generally refers to a full moon that appears brighter and larger than other
moons because it is at its closet orbit to Earth.
Se não tem planos para esta terça-feira à
noite, não se preocupe: há uma Super Lua para ver nos céus e é a primeira deste
ano.
De acordo com o
Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), uma Super Lua significa que
"o instante de Lua cheia ocorre quando a Lua está a uma distância da Terra
inferior a 110% do perigeu da sua órbita. Em termos temporais, isto significa
que a diferença entre os instantes de Lua cheia e do perigeu é menor do que 1
dia e 8 horas".
A fase de Lua cheia tem início às 11h22 desta
terça-feira e, sendo o perigeu o ponto da órbita em que a Lua se encontra mais
próxima da Terra, o fenómeno estará mais visível em Portugal por volta das
23h22. É esse o momento em que o satélite natural da Terra estará mais próximo,
a uma distância de aproximadamente 357.432 quilómetros.
De acordo com o website
Space.com, a Super Lua é ligeiramente maior
do que uma Lua cheia normal e até 30% mais brilhante. O fenómeno desta
terça-feira será uma "lua de morango", tal como apelidam os
especialistas norte-americanos. Esta designação é explicada, segundo o mesmo
website, pelo facto de o mês de junho ter sido a época de colheita de morangos
para as tribos nativas americanas.
Fontes:
https://www.space.com/strawberry-supermoon-full-moon-2022-what-to-expect
A Câmara Municipal dá-nos conta que:
AVISO À POPULAÇÃO – PERIGO DE INCÊNDIO RURAL – MEDIDAS PREVENTIVAS NIVEL AMARELO DE ALERTA ATÉ DIA 14
publicado a 9 de junho de 2022
1. SITUAÇÃO
De
acordo com a informação disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da
Atmosfera (IPMA), prevê-se a continuação de tempo quente e seco para os próximos
dias, a prolongar-se previsivelmente até dia 18 de junho, destacando-se:
2.
EFEITOS EXPECTÁVEIS
3.
MEDIDAS PREVENTIVAS
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção
Civil recomenda a adequação dos comportamentos e atitudes face à situação de
perigo de incêndio rural, nomeadamente com a adoção das necessárias medidas de
prevenção e precaução, de acordo com a legislação em vigor, e tendo especial
atenção à evolução do perigo de incêndio neste período.
4.
DETERMINAÇÕES OPERACIONAIS
Fonte:
https://cm-lousa.pt/aviso-populacao-perigo-incendio-rural-medidas-preventivas-2/
Edital
23/2022 – AIGP Serra da Lousã
Documento
| 1 jun 2022
https://cm-lousa.pt/autarquia/executivo-municipal/editais/
O Presidente da CM Lousã tornou público,
através de um Edital, que se encontra constituída a Área Integrada de
Gestão da Paisagem Serra da Lousã, - AIGP Serra da Lousã, nos termos do Despacho
n.º 70109-A/2021 publicado no Diário da República em 16 de julho de 2021.
O
Município é a entidade promotora da AIGP Serra da
Lousã que abrange 897,2 ha.
De acordo
com o Edital os calendários são:
Até Setembro de 2022, O Município deverá dinamizar
todas as ações com vista à constituição da futura Entidade Gestora.
Até Setembro de 2023, decorrerão os trabalhos de
identificação da estrutura fundiária, dos respetivos proprietários e outros
titulares de direitos reais.
o Edital refere igualmente:
Segue-se
a elaboração da proposta de OIGP…
OIGP – Operações Integradas de
Gestão da Paisagem.
Foi divulgado no website da Direção-Geral do
Território, em 11 de abril 2022 o respetivo “Guia”:
Documento orientador para a elaboração de Operações Integradas de Gestão da Paisagem (OIGP):
OIGP - Quadro de Referência de Apoio à Elaboração das Propostas (27 páginas).
Este Quadro de Referência de Apoio à Elaboração das
Propostas tem, como o nome indica, todas as informações de cariz técnico, bem
como o quadro legislativo aplicável, numa lógica de colaboração ativa da
Direção Geral do Território com todos os parceiros envolvidos na implementação
das Operações Integradas de Gestão da Paisagem.
O “Guia” destina-se a apoiar as entidades gestoras das
Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) no desenvolvimento das suas
propostas de OIGP, identificando as 5 componentes fundamentais a apresentar no
âmbito de uma Operação Integrada de Gestão da Paisagem:
- Desenho da transformação e valorização da paisagem,
respetiva matriz de transformação, e os fundamentos que sustentam as opções,
incluindo a caracterização do regime de fogo, sua causalidade e análise de
risco, antes e após proposta de paisagem futura;
- Programação
da execução, incluindo modelo de exploração;
- Investimento
e financiamento, incluindo fontes de apoios disponíveis;
- Modelos
de gestão da OIGP e de contratualização das ações a realizar com os
proprietários;
- Programa
de monitorização da execução das ações e de avaliação dos resultados;
As AIGP e OIGP são instrumentos de gestão territorial, integrados no Programa de Transformação da Paisagem, com uma abordagem integrada focada nas respostas ao ordenamento e gestão da paisagem e aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, na valorização do capital natural e na promoção da encomia rural.
Fontes:
https://www.dgterritorio.gov.pt/Operacoes-Integradas-de-Gestao-da-Paisagem-OIGP
***
«Fórum da
Água: BEM PÚBLICO OU NEGÓCIO?» promovido pelo Movimento Cidadania Democrática –
MCD
Realizou-se no passado 14 de maio em Tentúgal,
Montemor-o-Velho, o «Fórum da Água: BEM PÚBLICO OU NEGÓCIO?» promovido pelo
Movimento Cidadania Democrática – MCD.
Foi uma sessão pública de
esclarecimento, aprofundamento de conhecimentos e debate de ideias, bastante
participada, que contou com a intervenção de várias individualidades nacionais,
que investigam ou conhecem bem o tema.
Participaram presencialmente
Mário Frota, Ventura Leite, Joaquim Couto, António Arruda, Jaime Pereira dos
Santos, Diogo Cabrita, Artur Cordeiro, Jorge Fael e Pinheiro de Castro. Por
vídeo conferência participaram José Roquette, Paulo de Morais, Humberto Rocha e
Armando Maia. Foi moderadora Paula Veiga, apresentadores Carlos Magalhães e
Paulo Alves, relator Bruno Monarca. Encerrou os trabalhos Fernando Pereira,
presidente do MCD - Movimento de Cidadania Democrática que organizou o evento.
Invariavelmente constata-se que
sempre que a gestão das águas e dos resíduos é entregue a empresas não
municipalizadas, que apenas visam o lucro, os preços que os consumidores pagam
é inflacionado para valores, por vezes, escandalosos e não é acompanhada com a
boa prestação de serviço público que devia ser prestada!
Esta situação originou
contestação social nacional, que em muitos casos tem obrigado à reversão destes
processos, com a remunicipalização dos serviços de abastecimento de água.
«Criam-se mitos para a escassez água, para depois
justificar a apropriação do bem, a fim de ser negociado e gerar lucros a
privados!
Com:
- a sua má utilização, fruto dos desperdícios excessivos
e dos maus hábitos de consumo ou da poluição, quer a nível individual, por cada
cidadão, quer ao nível das atividades económicas, em que a agricultura e a
indústria ocupam lugar de destaque;
- o não aproveitamento das águas utilizadas, para fins
que não exijam a sua potabilidade;
- o não aproveitamento das águas pluviais, um hábito
antigo que se perdeu; o MCD sugere aos municípios a criação dum regulamento que
aconselhe a existência de mecanismos de retenção destas águas em cada habitação
dos munícipes.
- o desvio dos veios freáticos, resultante das más
intervenções no subsolo;
- a má gestão dos recursos hídricos, com as sucessivas
violações dos pactos da península ibérica, que resultam no desvio dos recursos
hídricos comuns a Portugal e Espanha.» - foi alegado na conclusão da sessão.
«Identificados os problemas
parecem óbvias as soluções, com a reversão de todos os fatores que estão na sua
origem. Não parece difícil. Haja vontade para a sua (urgente) reversão, o que
passará pela rotura com os interesses, económicos e políticos, que lhe dão
origem» - acrescentam.
Fontes:
https://mcd.pt/programa-do-forum-da-agua/
https://www.minhodigital.com/news/forum-agua-bem-publico-ou-0
Autor:
Carlos Magalhães
Hoje, relembramos aqui a notícia do Jornal Trevim em fevereiro 25, 2021
“O Caminho do Rebanho”, o documentário que revela a Lousã de 1959
https://www.trevim.pt/2021/02/25/o-caminho-do-rebanho-o-documentario-que-revela-a-lousa-de-1959/
(...)
Há 62 anos, a Lousã serviu de cenário a um filme de 18
minutos caído entretanto no esquecimento. Recentemente regressou à luz do dia,
fruto da sua digitalização pela Cinemateca Portuguesa. “O Caminho do Rebanho”,
o documentário assinado por Armando Silva Brandão, dá a conhecer – já com todas
as cores – o castelo de Arouce, a Senhora da Piedade e algumas aldeias
serranas. O Trevim falou com duas das atrizes desta fita resgatada ao passado e
que retrata uma Lousã que já não existe.
(...)
e fomos ainda à procura do referido filme, que inclui imagens do Catarredor e do Vaqueirinho e que pode ser visualizado
através do seguinte Link:
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=3922&type=Video
“O Caminho do Rebanho”
Silva Brandão (1906-1982) - Realizador
Portugal, 1959
Género: Documentário
Duração: 00:18:03, 24 fps
Formato: 35mm, Cor, com som
AR: 1:1,37
Descrição: A Serra da Lousã e suas belezas naturais. O Castelo de
Arouce e a sua lenda evocados através do diálogo entre um pastorinho e algumas
crianças.
Detentor de Direitos: Por favor contacte a Cinemateca
Portuguesa-Museu do Cinema para obter informações sobre os detentores de
direitos. | Please contact the Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema for information
about the rights holders.
ID CP-MC:
7002945
Imagens das Aldeias Serranas do Catarredor e do Vaqueirinho:
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=3922&type=Video
https://www.trevim.pt/2021/02/25/o-caminho-do-rebanho-o-documentario-que-revela-a-lousa-de-1959/
ΦΦΦ
Governo vai avançar para "arrendamento forçado" de terrenos nos próximos meses
O ex-ministro do Ambiente e da Ação
Climática, Matos Fernandes, já tinha avisado que o Governo não hesitaria em
fazer uso do mecanismo de arrendamento forçado de que dispõe já desde 2021 no
caso dos proprietários agrícolas e florestais que não colaborem ou de
propriedades sem gestão ou inadaptadas ao risco de incêndio. Em Portugal
"a floresta é de privados em 98% da sua extensão".
Volvido um ano e tendo em conta
que "o que aconteceu até agora não é satisfatório, há muitas áreas
abandonadas e muito trabalho para fazer", o secretário de Estado das
Florestas, João Paulo Catarino, revelou agora ao Expresso que o Governo se
prepara para avançar finalmente nos próximos meses para o chamado ‘arrendamento
forçado’.
E deixa um exemplo: "Se os
proprietários de áreas consideradas para o efeito — e que basicamente se
integram nos perímetros das zonas ardidas nos incêndios de 2017 não agirem por
iniciativa própria nos próximos seis meses, com apoios públicos já
disponibilizados para esse fim, será o Estado (Governo e autarquias) a tomar
conta da situação", revelou ao Expresso.
O diploma tinha já sido
promulgado pelo Presidente da República em outubro, mas Marcelo Rebelo de Sousa
deixou alguns alertas na altura.
Fonte: Negócios jng@negocios.pt
6.05.2022 09:48
O recurso à energia suja "renovável" para aquecer casas na Suíça
um artigo de Christine Ro
Uma floresta de proteção perto de Toffen, desflorestada em
2019
LUCIE WUETHRICH
A viagem ativista de Lucie Wuethrich começou quando a
vizinha veio chorar. Viviam debaixo de uma floresta de proteção perto de Berna,
a capital suíça, mas a exploração madeireira criou um risco de de desprendimento das rochas existentes no local e consequente colisão com as suas propriedades. O acesso à garagem do vizinho
dela já tinha sido atingido com uma pedra maciça.
Em resposta, Wuethrich começou a investigar por que árvores
estavam sendo cortadas numa área protegida. Soube que este tipo de exploração
madeireira era permitido para manutenção florestal, mas "o que me chocou
enormemente foi descobrir que 95% disto seria queimado".
Muitos silvicultores apreciam a indústria porque obtêm um
mercado para a sua chamada madeira de baixo valor, que normalmente não pode ser
usada para fins mais rentáveis como a construção. Alguns defendem que as
florestas precisam de ser atenuadas periodicamente para manter uma boa saúde
florestal e um baixo risco de incêndio, pelo que estes desbastes podem muito
bem ser usados para aquecer as casas das pessoas.
Os defensores da energia da biomassa também afirmam que a
indústria não está a levar à desflorestação. "Durante anos, a área
florestal na Suíça tem vindo a aumentar anualmente, apesar da colheita de
madeira", comenta Nöel Graber, porta-voz da Axpo, o maior produtor de
energia renovável do país.
Quem não elogia a indústria da biomassa? Muitos
ambientalistas. Salientam que a indústria da biomassa é tão massiva que não
utiliza apenas desbastes e madeira residual; que as árvores precisam permanecer
no solo para continuar a absorver carbono; e que, no geral, a madeira queimada
é uma fonte de produção de energia ineficiente e altamente poluente que não
merece ser chamada de renovável.
E em resposta ao ponto da indústria da biomassa de que as
florestas suíças estão efetivamente em expansão, Wuethrich, que trabalha com
organizações ambientais, incluindo o Biofuelwatch e o Grupo de Trabalho da
Biomassa da Rede de Papel Ambiental, contrapõe que o quadro varia muito por
região. Ela está a ver a cobertura florestal a encolher localmente.
Além disso, a qualidade da floresta importa. Segundo as
definições do governo suíço, Wuethrich salienta: "As florestas
radicalmente desbastes/as florestas ainda contam como floresta, assim como as
estradas florestais e as instalações florestais."
Ao contrário do Reino Unido, que importa a maior parte dos
seus pellets de madeira dos EUA, a Suíça geralmente regista as suas próprias
florestas como fonte de aquecimento doméstico. A sua principal fonte de energia
renovável é a energia hídrica, e o país pode ter espaço limitado para a energia
solar e eólica. Há muito que é costume na Suíça queimar madeira para o calor,
com pouca consciência dos impactos na desflorestação, qualidade do ar e saúde
humana.
Dentro desta mistura, a queima de madeira está definida para
expandir. A procura de pequenos pellets de madeira uniformes e os preços
associados estão a subir. Segundo Wuethrich, os partidos governamentais e do
setor pretendem aumentar a produção de biomassa lenhosa em 40% ou até mais.
Em Berna "a madeira energética foi chamada de 'Óleo de
Emmental'", diz Wuethrich, referindo-se a uma região central da Suíça. Ela
acredita que o desejo de autossuficiência energética e uma diversidade de
fontes de energia, juntamente com o objetivo do governo para 2050 de emissões
líquidas zero, está a impulsionar a energia da biomassa.
"O governo é muito pró-biomassa, enquanto o público em
geral sabe muito pouco sobre isso", acredita Wuethrich. "É uma
batalha difícil aqui."
Pilhas de madeira destinadas à combustão, perto de Studen
LUCIE WUETHRICH
Surpreendentemente, alguns grandes grupos ambientais na
Suíça estão, na verdade, a encorajar as pessoas a queimar mais madeira. Um
deles é o myclimate, uma organização sem fins lucrativos que concede subsídios
às bombas de calor (uma forma de aquecimento energeticamente eficiente) – mas
também para sistemas de aquecimento de pellets de madeira.
De acordo com Kai Landwehr, chefe de marketing do myclimate,
"queremos mudar a forma como as casas são aquecidas o mais rápido
possível. Por isso, temos de desligar e substituir os sistemas de aquecimento
fóssil. Simplesmente não é possível instalar uma bomba de calor em todos os
locais. As razões para tal são, por exemplo, as normas de proteção contra o
ruído ou porque a perfuração necessária não é possível. Nestes casos, o
aquecimento de pellets oferece uma alternativa."
O myclimate promove apenas sistemas automatizados de
aquecimento de pellets, que argumenta produzirem menos partículas do que
modelos mais antigos. No entanto, mesmo os modelos mais recentes de fogões a
lenha, designados como amigos do ambiente, ainda produzem níveis muito elevados
de poluição por partículas minúsculas.
Assim, em vez de incentivar as pessoas a queimar madeira, Wuethrich
diz: "As energias renováveis infinitas, como as energias solar, eólica,
hídrica e geotérmica, devem ser promovidas e subsidiadas ainda mais."
Está frustrada com o fosso entre as perceções e as
realidades do uso florestal. "As pessoas pensam na Suíça como uma terra
verde e agradável, mas deixamos pegadas de carbono desproporcionalmente grandes
graças aos nossos estilos de vida luxuosos", acredita Wuethrich. Para
contrariar a imagem das florestas exuberantes e imaculadas, tem vindo a
monitorizar e a documentar o que chama de "exploração radical" de
árvores de armazenamento de carbono que depois são enviadas para trituradores
de madeira.
O que Wuethrich precisa é que mais ambientalistas e decisores políticos tomem conhecimento da insustentabilidade da energia da biomassa. "É por isso que ainda estou a lutar por isto. Nunca esperei isto na Suíça."
Christine Ro
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